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Vida de oração


Agora que já foi falado sobre Por onde começar na busca por santidade, o passo da vez se baseia na oração.


Na segunda parte da Introdução à vida devota, São Francisco de Sales começa falando que "A oração é o meio mais eficaz de dissipar as trevas de erros e ignorância que obscurecem a nossa mente e de purificar o nosso coração de todos os seus afetos desordenados"[1] e, para ajudar cada um a rezar bem, ele explica os diversos modos para se colocar na presença de Deus: oração vocal, de recolhimento, meditação, leitura da Palavra de Deus e os sacramentos, especialmente a confissão para impedir o fiel de morrer espiritualmente e a comunhão para o unir a Jesus. Em tudo o autor dá dicas muito concretas.


Apenas uma pequena explanação sobre dois dos pontos abordados no livro:


-O primeiro é sobre a oração de Recolhimento que o santo apresenta como sendo um lembrar-se da presença de Deus. Ele fala bastante da importância de sempre se colocar na presença do Senhor, de refletir sobre estar na presença do Pai que ama e olha seus filhos. Para ajudar nesse processo ele fala da importância de sempre elevar o coração a Deus através de jaculatórias breves e ardentes. Vale ressaltar que não é necessário rezar jaculatórias conhecidas, elas podem - e até devem- nascer espontaneamente do coração que busca a Deus. A principal vantagem dessas orações é que elas são compatíveis com todo tipo de ocupação cotidiana e não só não atrapalham, como até ajudam a fazer com que as tarefas do dia a dia, sejam elas de trabalho ou estudo, se tornem mais leves e eficazes.


Esse manter-se na presença de Deus e as jaculatórias são tão importantes que São Francisco de Sales chega a afirmar que elas podem "suprir a falta de todos os outros modos de rezar".[2]


-O segundo ponto é sobre a importância de ao finalizar os momentos de meditação sempre colher aquele que é o fruto concreto do momento de oração. Gravar no coração dois ou três desses propósitos concretos, relembrar-se deles ao longo de todo o dia e, na medida do possível, praticá-los, ainda que seja necessário buscar as ocasiões, sejam elas pequenas ou grandes. Sobre isso, o santo parece um pouco duro e, ao mesmo tempo, um pouco fora do juízo normal, pois ele diz que é inútil e até perigoso sair da meditação sem propósitos concretos e que o empenho em viver esses propósitos deve ser tão firme a ponto de buscar as ocasiões de praticá-los caso elas não se apresentem naturalmente ao longo do seu dia.


Pode ser que você faça o propósito de ser mais paciente e hoje a pessoa que mais exigiria de você a vivência dessa virtude não apareça no seu dia. Para alguns, seria um sinal de “livramento” e de providência divina, mas São Francisco de Sales diz que não se deve parar nisso, a atitude de quem busca a vida devota deve ser ir atrás das pessoas que exigem que os bons propósitos sejam praticados para que assim eles se tornem realidades concretas.


Por fim, vale a leitura de um pequeno trecho do livro: "É necessário que te acostumes a passar da oração às outras ocupações de tua profissão, por mais contrárias que te pareçam aos sentimentos e resoluções da meditação. Assim, um advogado deve saber passar da meditação ao escritório, um negociante ao comércio, uma dona de casa aos cuidados do lar doméstico, com tanta suavidade e calma, que seu espírito em nada se perturbe; pois, querendo Deus igualmente uma e outra coisa, é necessário passar duma a outra com uma devoção inteiramente igual e com uma submissão completa à vontade de Deus."[3]


Referências: [1]Parte II, capítulo 1. [2] Parte II, capítulo 13. [3] Parte II, capítulo 8.

Viva Jesus!

São Francisco de Sales, rogai por nós!


-Extras:

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Para saber "Mãos à obra" é só ler o próximo post.



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