Um foi considerado pela Revista Rolling Stone Brasil como o maior cantor brasileiro de todos os tempos. O outro, santo e doutor da Igreja. O primeiro, nosso contemporâneo e carioca, o segundo, celebramos neste ano o 4º centenário de sua morte na França.
A cultura, o local, a época, os objetivos de vida, a trajetória dos dois foram bem diferentes, mas assistindo ao filme "Tim Maia", encontrei um ponto em comum: o temperamento colérico.
Pode parecer loucura afirmar que o cantor que era um furacão por onde passava e o santo doutor da mansidão tenham como ponto em comum justamente o temperamento.
Se pegarmos o que o Padre Royo Marín escreve na sua "Teologia da perfeição cristã", teremos tanto as boas quanto as más qualidades do temperamento e fica então fácil de ver que cada um dos dois personagens foi uma polaridade de um mesmo temperamento.
Diz o autor dentre às más qualidades que "A tenacidade de seu caráter os torna propensos à dureza, teimosia, insensibilidade, ira e orgulho". E ainda que: "Sua febre de atividade e seu ardente desejo de conseguir o que se propuseram faz com que tratem violentamente tudo que os retarda...Trata os outros com arrogância que pode chegar até a crueldade. Todos devem se curvar diante deles."
Na vida de São Francisco de Sales temos alguns episódios onde as más qualidades do temperamento se fizeram presentes, mas temos, sobretudo, a luta dele, somando forças com a graça de Deus, para não se deixar levar por seus movimentos interiores irados e desordenados. Então, podemos entender o que está na Teologia da Perfeição cristã: "Apesar de seu ímpeto irascível, quando conseguem reprimi-lo pela virtude, alcançam uma suavidade e doçura incomparáveis."
No meu amador parecer, Tim Maia e Francisco de Sales foram coléricos típicos e do mais alto grau, um se deixando levar por todo tipo de desordem, outro combatendo-as heroicamente. Os dois foram geniais, os dois marcaram a história, mas só um deles alcançou A Meta e eu quero imitar.
E você, até quando vai se deixar levar pelas desordens do seu temperamento ou usá-lo como muleta e justificativa para não mudar de vida?
É hora de começar a colaborar com a graça! Força!
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