São Francisco de Sales (1567-1622), nobre, advogado, missionário, bispo, fundador, escritor, santo, doutor da Igreja, padroeiro da congregação salesiana de Dom Bosco, dos jornalistas, dos escritores católicos e dos surdos.
Nasceu no Castelo de Sales, em 21 de agosto de 1567, filho de Francisco de Nouvelles, o senhor de Boisy, um ex-militar e rico proprietário de terras, e da senhora Francisca de Sionnaz, 28 anos mais nova do que ele.
Quando o primogênito nasceu, a mãe tinha cerca de 15 anos de idade e o pai mais de 40. A grande diferença de idade era normal à época e imprimia diferença na visão educativa dos genitores. A mãe queria sempre ter o filhinho por perto, já o pai se preocupava em que o filho mais velho fosse criado de modo austero para forjar nele as virtudes de caráter necessárias para que se tornasse um homem de relevância na sociedade e que pudesse levar adiante a posteridade da honra da família.
Com seis anos de idade, o pequeno Francisco foi, junto com um priminho e um tutor, morar numa cidade próxima para dar início nos seus estudos. Ali se destacou por sua imensa capacidade intelectual e relacional. Dando sequência em sua formação intelectual, foram de extrema importância os 10 anos que passou estudando junto ao colégio dos jesuítas em Paris. O tempo na capital francesa foi um tempo fecundo pela formação integral e primorosa que o garoto recebia, mas também foi marcante pelas crises ali vividas e pelas dificuldades de saúde a elas ligadas. Era difícil para Francisco entender a questão da predestinação tão difundida naquele tempo pelas seitas protestantes. Após um sincero ato de entrega à vontade divina, pelas mãos da Virgem Santíssima, a paz voltou a reinar no interior do jovem.
Concluídos os estudos em Paris, chegou o tempo de escolher qual carreira seguir. No coração de Francisco já existia o desejo de ser sacerdote, mas na cabeça do pai esta não era uma possibilidade, ao primogênito cabia o cuidado da mãe, dos irmãos menores e dos negócios da família. Sendo assim, o jovem foi estudar na Universidade de Pádua para fazer o curso de Direito. Em paralelo ao estudos acadêmicos, o jovem, desde a época de Paris, costumava frequentar aulas de teologia e também das artes da nobreza (esgrima, dança de salão etc).
O ambiente universitário frequentado pelo jovem era semelhante e com os mesmo desafios e hostilidades encontrados pelos universitários de hoje em dia. Os colegas do jovem chegaram a fazer algumas tocaias e tentar pregar algumas peças nele para ver se o faziam contradizer o testemunho cristão virtuoso que ele dava. No entanto, todas as vezes Francisco se saiu muito bem e surpreendeu a todos. Para se manter sempre no caminho de uma vida de devoção, ele lançava mão de alguns recursos: direção espiritual regular, leitura espiritual, vida de oração e sacramental e o diferencial de ter feito um regulamento de vida onde tinha previamente definido que tipo de postura e atitudes deveria ter ao longo dos dias para se manter na amizade de Deus.
Pode-se definir o período universitário de Francisco de Sales como qualquer coisa de brilhante. Para a defesa de sua tese não estiveram presentes apenas os professores que deveriam estar, como também todos os outros da Universidade que se reuniram para ver o mais incrível de seus alunos.
Quando o filho retornou para casa, o senhor de Boisy demonstrou todo seu orgulho e esperanças depositadas no primogênito e providenciando uma grande biblioteca especializada em assuntos jurídicos, um título de nobreza e uma noiva. Tudo aquilo que um jovem nobre recém-formado deveria ter para continuar ascendendo na vida social. De início, sem saber como contradizer os planos do pai e seguir o que sentia ser o chamado de Deus, Francisco permaneceu fazendo o que era possível no momento, começou a advogar, se encontrou com a noiva de modo respeitoso e sem dar a ela falsas esperanças, e seguiu, dia a dia, esperando a intervenção providente de Deus em seu favor.
Continua no próximo post da série Francisco de Sales.
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