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Que leitura fazer dos escândalos dos abusos sexuais na Igreja?

Atualizado: 21 de jul. de 2023


Os escândalos sexuais e os abusos acontecidos ao interno das comunidades religiosas são um tema indigesto, delicado, seríssimo e que poucos têm a coragem de afrontar com sinceridade e analisar com profundidade.

O Padre Amedeo Cencini, religioso, doutor em psicologia, professor e consultor da Congregação para os Institutos de Vida consagrada e Sociedades de vida apostólica" (Vaticano) desde 1995, é uma das pessoas com maior autoridade para tratar do assunto.

Da sua extensa produção editorial, uma obra é totalmente dedicada ao tema: "È cambiato

qualcosa? La chiesa dopo gli scandali sessuali" (em tradução livre: Mudou alguma coisa? A Igreja depois dos escândalos sexuais). Aí o autor defende a tese de que um escândalo nunca é algo que acontece de improviso, nunca é fruto do problema de uma única pessoa e sempre tem por trás de si uma história eclesial.


Na primeira parte do livro, está a análise sobre o modo como o tema tem sido encarado, sua origem e dinâmica progressiva.

Que tipo de leitura é feita sobre os fatos? Uma leitura medrosa? Uma leitura que se exime da responsabilidade diante de acontecimentos gravíssimos? Esse tipo de leitura seria um escândalo a mais. Não se pode minimizar um fenômeno tão grave e que aconteceu em todas as instâncias eclesiais: em todos os continentes, em todos os graus da hierarquia e em todos os locais eclesiais.

Alguns enganos frequentes na leitura dos fatos é:

  1. julgar que eles só acontecem e ambientes distantes aos nossos;

  2. dizer que aconteceram por serem fruto de problemas clínicos e patológicos e que por isso não havia muito o que ser feito;

  3. cometer um juízo moralista ao olhar para a situação a partir da pretensa perfeição pessoal daquele que faz o julgamento;

  4. considerar como algo que aconteceu sem relevância numérica (é mentira!);

  5. atuar de modo a não resolver a situação, apenas encobrir, apagar, esquecer e querer que os outros também esqueçam as ocorrências.

São mais de 15 leituras erradas e frequentes que fazem sobre o fenômeno e que estão elencadas no livro.


Quem tiver denúncias para fazer, deve procurar os escritórios próprios para esse fim nas Dioceses e Congregações ou o Núcleo Lux Mundi da CNBB/CRB.


Se quiser saber mais sobre o assunto você pode o que já comentei a partir de outras produções:


E o que já postei de resenha de livros explicando:

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