Ninguém nasce pronto! Todos precisam colaborar com a graça de Deus para a própria santificação e edificação do mundo.
Que São João Paulo II foi incrível, não precisa ser um gênio para reconhecer, basta ser honesto, mas mais do que reafirmar o que ele foi, queria propor olharmos para 3 pontos que construíram esse gigante.
1️⃣ O sofrimento. Na dimensão humana, o sofrimento é uma ocasião ímpar para o amadurecimento e na dimensão espiritual, uma oportunidade privilegiada de se unir mais a Cristo a partir das dores compartilhadas.
A vida de Karol Wojtyla foi repleta de grandes sofrimentos: aos 21 anos já não tinha mais familiares diretos vivos, seus pais e irmãos haviam morrido prematuramente; superou as atrocidades do nazismo, os excessos do comunismo, perseguição, perda de amigos, doenças, atentados e o peso do mundo sobre seus ombros.
Jamais sucumbiu ou tornou-se insensível, pelo contrário, todo sofrimento foi assumido por ele como oportunidade para crescer, se santificar e se unir a Deus!
2️⃣ Os estudos. Durante toda a sua vida ele foi um grande estudioso, de temas diversos e em grande profundidade. Estudante, universitário, professor universitário, sempre dedicado no âmbito acadêmico. Sua grande amiga, Wanda Poltawska, conta que nos acampamentos que ela e o marido faziam com Santo ainda em seus tempos de Polônia, nas férias, Karol Wojtyla pedia que fosse lido, em voz alta, algum livro de filosofia – assunto preferido deles-, ao mesmo tempo, ele lia em silêncio um outro livro. Ao final, comentava sobre as duas leituras feitas.
Todos os dias, após o almoço, descansava um pouco e depois estudava. Diz um de seus secretários: “Lia vidas de santos, obras dos teólogos contemporâneos... Muitas vezes, retornava aos livros de estudo, à teologia moral ou à bioética”.
O Papa falava fluentemente 9 idiomas, mas tinha familiaridade com quase 15. Seus secretários brincavam que os livros eram a sua droga, não podia ver um em qualquer lugar que fosse que logo ia folheá-lo com grande interesse.
3️⃣ Oração. Um homem se torna santo pela busca cotidiana de maior comunhão e conformação do próprio coração ao de Deus. A rotina do Papa João Paulo II era de intensa busca por Deus! A oração marcava o ritmo do seu dia.
Diariamente, rezava a oração que havia aprendido com o pai, ainda na infância, para suplicar os dons do Espírito Santo, a cada dom pedido, completava a oração com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. Costumava recitar muitas ladainhas dos santos. Todas as quintas-feiras, oração ao Espírito Santo. Todas as sextas-feiras, rezava a Via-Sacra.
Rezava com atenção e recolhimento a Liturgia das Horas.
Antes da missa matinal, que acontecia às 7h, ainda no quarto, ele rezava o terço, prostrado por terra e com os braços abertos em cruz. Depois, fazia sua oração pessoal, meditação, celebrava a missa e permanecia algum tempo em adoração. Antes e depois de cada refeição ele passava na capela para saudar o Senhor.
Antes e depois de cada audiência, rezava pelas pessoas com quem tinha estado. Todos os dias seus secretários preparavam cerca de 40 folhetos com intenções de oração que chegavam do mundo todo e deixavam no genuflexório do Papa, ele chegava para rezar e lia cada pedido de oração.
Um dia, no jantar, disse que rezaria pelo mundo e começou a dizer os nomes de nações, de repúblicas da África, da Ásia... de fato, por todos ele intercedia.
Todos os dias, antes de se deitar para dormir, olhava pela janela a Praça de São Pedro e fazia o sinal da cruz abençoando o mundo.
O rastro de santidade deixado por São João Paulo II, seu legado, suas obras, seu exemplo, seu olhar, não foram fruto do acaso, mas da graça de Deus que encontrou em Karol Wojtyla alguém disposto a colaborar com ela ao máximo, sem medir esforços.
Diante do sofrimento inevitável, ele abraçava a cruz unindo-se ao Cristo sofredor e via suas dores se tornando fecundas para a sua própria santificação e salvação do mundo. Não se contentou nunca em ter um conhecimento mediano parando de se aprofundar em todos os assuntos que estavam ao seu alcance para que melhor pudesse ensinar sobre as Verdades eternas. E, por fim, tudo o que viveu, o fez em profunda oração, em espírito de união com o Senhor, aí recebia força, discernimento e alegria para levar adiante a missão de cada dia. Sem grande atenção a esses 3 pontos, não existiria o Santo João Paulo II que conhecemos e admiramos.
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