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O vírus que destrói a Igreja

Atualizado: 21 de jul. de 2023



Do potencial destrutivo que alguns vírus têm, ainda mais quando são desconhecidos, infelizmente nós sabemos bem, já fomos bastante impactados negativamente por isso.


Tudo o que vivemos com a pandemia da Covid19 pode nos ajudar a entender que algumas coisas, mesmo que não sejam visíveis a olhos nus, podem causar um grande estrago e, até mesmo, acabar com a vida de muitos.


Quando olhamos para dentro da Igreja hoje conseguimos perceber que algumas coisas não vão bem, percebemos sintomas variados de um organismo adoecido e que não tem sido tratado devidamente porque não teve o diagnóstico da causa das inflamações cujos sintomas observamos.


O que quero propor aqui é a análise do vírus para que seja possível a descoberta dos meios para combatê-lo.


Como é possível vermos um Cardeal ser condenado como "predador sexual", um bispo investigado por ser acusado de extorsão, enriquecimento ilícito e acobertamento de crimes de pedofilia e abuso sexual, tantos padres e leigos fundadores de comunidades condenados como abusadores, tantas comunidades religiosas onde acontecem abusos de poder, de consciência e espiritual e as irmãs ali adoecendo gravemente por tudo o que é vivido na "fraternidade", leigos que são mais um no mundo a ponto de o país que sempre se orgulhou de ser católico ser o recordista em corrupção, aquele onde as músicas mais tocadas são completamente pornográficas em suas letras, onde a injustiça social é gritante, onde as famílias são diariamente desfeitas, onde a intolerância ao diferente se estabelece como regra e cada um vale na medida em que concorda com as ideias de seu interlocutor?


Não é possível que isso seja tido como possível, como algo que "acontece, fazer o quê?", na Igreja que é o Corpo Místico de Cristo - o santo-, que esse seja o fruto da vivência daqueles que pelos sacramentos recebem a graça e se comprometem em ter uma vida de discípulos Dele.


Existe um vírus que ataca de modo especial os órgãos vitais da vida cristã, que faz com que sejamos desfigurados na nossa identidade católica de chamados à santidade, a sermos luz no mundo, fermento na massa e sal da terra.


Casamentos vividos fora da lógica da doação de si pela salvação do outro, pais que não educam seus filhos com valores morais e transcendentes, famílias onde a prática religiosa se restringe aos momentos sociais ou trágicos, leigos que em suas atuações profissionais são injustos, desonestos e imorais, uma cultura onde o secularismo, o materialismo e o hedonismo dão as cartas e como fortes correntezas vão levando todos rio abaixo; um clero desprovido de vida espiritual autêntica, de fidelidade aos ensinamentos do Magistério da Igreja, que dá mostras claras de narcisismo e autoritarismo e uma vida religiosa não enraizada numa mística esponsal e pautada pelas relações de poder.

Essas são as muitas inflamações que percebemos no organismo adoecido de uma Igreja infectada pelo vírus da mediocridade.


Esse poderoso vírus tem destruído a vida dos batizados e neutralizado a sua ação santificadora do mundo.


O maior escândalo da Igreja hoje não é o dos abusos sexuais, é o da mediocridade dos batizados.


São inúmeras as passagens bíblicas ou documentos do Magistério recente que lembram a cada batizado de que o seu chamado primeiro, que o seu caminho de realização e felicidade, é o da santidade, o da perfeição, mas infelizmente, o que temos visto é que cada vez mais as pessoas se contentam com pouca coerência, com pouca espiritualidade, com pouco testemunho profético, com uma fidelidade mais ou menos, com uma vida de oração "do jeito que dá", com ser meio bom, afinal "tem que ser cristão, mas não pode ser bobo, né?", "nós estamos no mundo, não dá pra ser um extraterrestre", e "os tempos são outros", como se o chamado à perfeição fosse algo temporal ou relativo, que já não valesse nos nossos tempos, como se a medida daquilo que Deus espera de cada um de nós tivesse sido diminuída pela mesquinhez e fraqueza moral das pessoas de hoje em dia.


Deus e o chamado que ele faz a cada batizado continua sendo o mesmo de sempre: "como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pd 1, 15-16).


Para todos os que estão infectados pelo vírus da mediocridade, do viver uma vida mais ou menos, de não fazer a diferença na santificação do mundo através do autêntico testemunho da caridade e demais virtudes, existe tratamento! Esta é a boa notícia: existe tratamento! E o primeiro passo para começá-lo é reconhecer-se infectado, é olhar para si e perceber quais são os sintomas que o vírus tem manifestado em você.


Temos muito o que fazer para ajudar a Igreja a vencer a pandemia da mediocridade.

Nosso ambiente está infectado, a imunidade de muitos está baixa, é preciso tomar a vacina certa para o combate eficaz do vírus e de suas mutações e sanitizar o ambiente para alcançarmos uma imunidade de rebanho que nos dê a segurança de vivermos a vida saudável que Deus tem para nós.

Há muito a ser feito, mas o primeiro passo é reconhecer-se infectado.

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