Num story do Ícaro de Carvalho, ele dizia que muitos dos que vivem exaltando a figura dos Templários, numa realidade próxima à dos cavaleiros, o mais perto que estariam seria de limpar suas espadas e olhe lá!
Pensei no quanto todo católico que fala sobre a santidade corre o risco de se tornar um hagiógrafo e não um santo. Conhecer a vida dos santos e relatar através das palavras as histórias de santidade é bem diferente de ser santo.
Conheço um grande autor que escreveu biografias de uma dúzia de santos e que, sem dúvida, é um grande autor, mas nunca ouvi dizer sobre ele ter fama de santidade. Foi -apenas- um grande autor. Escreveu obras sobre a santidade, mas pode não ter sido ele próprio uma obra de santidade.
Quem me acompanha sabe o quanto eu gosto de saber sobre a vida dos santos, as estudo, quem sabe um dia escreva sobre algumas delas também, mas Deus me livre da tentação de achar que cumpri minha missão de propagar o reino de Deus pelo testemunho de santidade dos outros.
De que adianta conhecer a vida de São Francisco de Sales e continuar sendo uma pessoa apegada e sem mansidão? Ou então, saber toda a vida de Dom Bosco, mas não ter coragem de realizar, na minha realidade, o que posso para o bem da Igreja e da sociedade? Que desgraça conhecer a vida de Santa Teresinha e ser incapaz de começar a buscar o último lugar ainda que isso faça doer profundamente o meu orgulho.
Conhecer e falar sobre a vida dos santos só faz sentido se motivar duas atitudes:
Gratidão a Deus por ter manifestado a Sua santidade através da vida do santo;
Buscar conformar a própria vida à santidade de Deus a manifestando no cotidiano da situação concreta na qual me encontro.
Fora desse binômio, é só hagiografia, ilusão ou perda de tempo.
Hagiografia é perda de tempo? De modo algum! É um meio eficaz de evangelização, só que o céu não é dos que contam histórias, o céu é daqueles que fazem história!
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