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A devoção à Nossa Senhora Auxiliadora dos cristãos


Por ocasião da festa de Nossa Senhora Auxiliadora, 24 de maio, parece oportuno conhecer um pouco mais de sua origem e relação com a Família Salesiana.


A devoção mariana

Na fé católica, Maria serviu como mediadora da maior graça que Deus quis dar ao mundo: Jesus. Para que fosse possível ela ser o canal por onde a presença humana de Deus se faria presente na história, ela foi preservada de tudo o que é maldade e impureza presente no coração do ser humano. Por isso ela não é alguém como qualquer outra pessoa, ela já recebeu por antecipação a graça que todos receberão só na eternidade de amizade com Deus.


Quando na Bíblia diz que Jesus estava na cruz e falou para João: “Filho, eis aí a tua mãe” e olhando para Maria, disse: “Mulher, eis aí o teu filho”, os católicos entendem que Jesus, à beira da morte, deixou um testamento, uma herança para seus discípulos, aceitar Maria como mãe e, com isso, tomar o Seu lugar, o lugar de filho da Virgem Santíssima. Por isso os católicos têm tanto carinho pela mãe de Jesus.


Os diversos títulos de devoção mariana

Como é comum, na medida em que as pessoas vão tendo intimidade e conhecendo mais as características uns dos outros, vão surgindo apelidos, títulos e diversos modos de falar da mesma pessoa. Assim acontece na relação dos católicos com a Mãe de Jesus, conforme a cultura e situação, Maria acaba sendo chamada de um jeito: Nossa Senhora de Fátima por causa do lugar onde ela apareceu, Nossa Senhora Aparecida pelo modo como foi encontrada, Nossa Senhora Rainha dos anjos por uma definição teológica, Nossa Senhora do Bom Parto porque tendo sido mãe, outras mães gostam de pedir a ajuda dela na hora de parir seus filhos... São centenas de modos que os católicos usam para falar da mãe de Jesus.


Nossa Senhora Auxiliadora


Desde os primeiros séculos da era cristã, especialmente na região da Grécia e Egito, existem registros de que Maria era invocada como “Auxiliadora dos cristãos”, em grego é “Boeteia”, que significa “a que traz auxílios vindos do céu”.


Em 1572, o Papa São Pio V, depois da vitória do exército cristão sobre os turcos muçulmanos na batalha de Lepanto, ordenou celebrar no dia 7 de outubro a festa do Santo Rosário e que nas Ladainhas fosse invocada “Maria Auxílio dos cristãos”. Naquele ano, Nossa Senhora livrou prodigiosamente toda a cristandade da destruição de um exército maometano de 282 barcos e 88.000 soldados.


Em 1683, os turcos atacaram Viena. Sob o comando do rei da Polônia e com um exército inferior os cristãos puderam derrotar o exército turco confiando na ajuda de Maria Auxiliadora.


Só no século XIX, após a Revolução Francesa começou a existir uma festa dedicada a Nossa Senhora Auxiliadora. O dia escolhido foi o 24 de maio porque esse foi o dia em que o Papa pôde retornar para Roma depois de seu exílio ter sido encerrado após a abdicação de Napoleão Bonaparte.




Por volta do ano de 1860, um garotinho, Righetto, de 5 anos começou a frequentar as ruínas da igreja de sua cidade, Spoleto, e ali conversar com Nossa Senhora Auxiliadora que aparecia para ele. Esses dois fatos fizeram com que no século XIX a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora dos cristãos começasse a se fortalecer.


Nossa Senhora Auxiliadora e a Família salesiana


Dom Bosco nasceu em 1815, um ano depois da abdicação de Napoleão e do retorno do Papa à Roma. Na década de 60, enquanto o pequeno Righetto conversava com Nossa Senhora e o povo de sua cidade começou a ver milagres acontecendo, Dom Bosco tinha acabado de fundar os Salesianos e estava com os trabalhos em Valdocco a todo vapor.


Nessa época ele viu a Virgem Maria aparecendo para falar com ele e pedir que ele construísse uma igreja dedicada a ela ali onde eles estavam, no Oratório. Logo Dom Bosco começou a construção do templo e quando foi escolher a qual título de Nossa Senhora dedicar a igreja, escolheu “Maria, auxílio dos cristãos” e, a partir daí começou a divulgar esse título de Nossa Senhora por toda a parte.


Algo que ajudou muito na difusão do título de Nossa Senhora Auxiliadora, foram os milagres que aconteciam quando Dom Bosco rezava pedindo a ajuda dela. As pessoas ficavam impressionadas e começavam a querer rezar sempre pedindo a ajuda dela também.


Para encerrar, um pequeno relato de um desses milagres:


No dia 06 de maio de 1869, vários meninos estavam na sacristia na igreja de Maria Auxiliadora se preparando para a confissão. Quando uma mulher idosa entrou segurando pelas mão uma menininha entre dez e doze anos de idade, que tinha os olhos enfaixados. O nome da menina era Maria Stardero, e senhora tinha ido pedir que Dom Bosco a abençoasse. Os olhos da garota não tinham córnea.


Dom Bosco entrou na sacristia e a senhora pediu que ele abençoasse a menina.

Ele perguntou: "Há quanto tempo você sente dor nos olhos?".


"Há muito tempo. Por dois anos, não consigo ver nada."


Dom Bosco continuou: "Você foi aos médicos? O que eles disseram?"


"Os médicos dizem que seus olhos se foram e que não há esperança de recuperação", dizia a tia que tinha ouvido esse diagnóstico na consulta médica pouco antes de ir procurar Dom Bosco.


"Você consegue ver a diferença entre coisas grandes e pequenas?", Continuou Dom Bosco.


"Não vejo nada", respondeu Maria.

"Tire o curativo", disse Dom Bosco enquanto levava a criança a uma janela onde havia muita luz.

"Eu não vejo nada!"


"Você gostaria de ver?"


"Quero ver mais do que qualquer outra coisa no mundo!", Soluçou a criança.

"Você usará seus olhos para o bem de sua alma e não ofenderá a Deus?"

"Prometo de todo o coração!"

"Então você recuperará sua visão!"


Dom Bosco perguntou à tia e à menina se elas eram devotadas a Nossa Senhora e se tinham confiança nela. Ele então as ajoelhou e rezaram a Ave Maria e a Santa Rainha Rainha e encorajou-as a ter total confiança na Virgem Maria.

Depois de abençoar a criança, ele ofereceu a ela uma medalha de Maria, Auxiliadora, dizendo: "Para a glória de Deus e da Santíssima Virgem, diga-me o que tenho em minhas mãos?"


"Ela é cega, retrucou a tia', ela não pode ver nada!"

Dom Bosco não lhe deu atenção, mas repetiu a pergunta.

"Olhe atentamente. O que tenho na minha mão?"

Abrindo um par de olhos lindos, a garotinha encarou a medalha e depois ergueu os braços. "Eu posso ver!", Ela gritou. "Eu posso ver!"

"O que você vê?"

"Uma medalha de Nossa Senhora!"


"E o que há do outro lado da medalha?" Dom Bosco entregou a medalha.


"Um velho com flores nas mãos. É São José!"

"Virgem Santa!", Gritou sua tia, "você realmente vê?"

"Claro que vejo! Nossa Senhora me concedeu essa graça!"

Ela estendeu a mão para pegar a medalha, mas Dom Bosco, de propósito, a deixou cair e rolar para um canto da sacristia. A tia foi buscá-la, mas Dom Bosco a deteve. “Deixe a criança fazer, vamos ver se Nossa Senhora obteve uma cura completa para ela.”

A criança encontrou a medalha de uma só vez. Nisso, a tia começou a chorar e, depois de agradecer a Dom Bosco e a Nossa Senhora. Uns dias depois a tia e a sobrinha voltaram a Turim agradecer mais uma vez à Mãe de Deus.


Em 1916, 46 anos depois da cura prodigiosa, a garota, Maria Stardero ainda tinha a vista perfeita.


Oração composta por Dom Bosco:
“Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja, Tu, auxílio maravilhoso dos cristãos, Tu, terrível como exército ordenado em batalha, Tu, que, só, destruíste toda heresia em todo o mundo, Nas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no Paraíso.”

Nossa Senhora Auxiliadora, rogai por nós!

São João Bosco, rogai por nós!


-Extras:

Para conhecer mais sobre São João Bosco, clique aqui.

Para ver todas as aparições marianas aprovadas pelo Vaticano, clique aqui.

Para conteúdo em áudio , ouça o Podcast (Spotify, Deezer, Apple e Google).

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